quinta-feira, 12 de março de 2009

REFLEXÕES DE UM FALSO PIRATA, de José Terra

Da janela da minha casa
Vejo alguns barcos retornando do mar do amor

Nem a presença pura da sereia seduz os barcos

Todas as realidades definham os barcos:
os beijos judaicos
os porcos no altar dos peixes
os pescadores vestindo sálarios mínimos
as férias de Iemanjá

De repente,chega ao mar e aos barcos,
A mais triste das notícias:
-A razão é a rainha da Terra

O que deve fazer o homem quando a água chama?

Uma multidão de poetas
Fala suavemente no ouvido do mundo
-Orar sem religião e escutar a barcarola azul!

(do livro"21 poemas,Recife,2005,
Joel Marcos e José Terra)

2 comentários:

Anônimo disse...

Parabéns pelo poema, amigo José Terra!

rogério Generoso

Unknown disse...

"Da janela da minha casa/ Vejo alguns barcos retornando do mar do amor" Este início está muito evidente e um tanto colorido de+. O melhor começa em "Todas a realidades definham... as férias de Iemanjá" são imagens fortíssimas. O que prepara o poema para esse verso tremendo "O que deve fazer o homem quando a água chama?". No final, muita precisão e habilidade sua.

César Jeansen