quarta-feira, 11 de março de 2009

OUTRAS ESTAÇÕES, de José Terra

I
Quando é aurora
E estás na minha cálida mão de mágico
É porque só há dois topázios no verão de Deus:
A América que sou e a África que és

II
Se a flor-do-lácio é obra do outono
E o sentimento desvairado pertence ao jovem poeta
É certeza que sou o rei do regresso
Para fazer de ti a primeira mulher de maio

III
É fácil separar-te do inverno
Basta colocar-te nas delicadezas de uma persiana
Beijar teu matinalvermelho
E roçar teu lívido corpo no campo do calor

IV
Será na fonte do lirismo
O encontro dos amantes libertados
Beijo do céu e beijo da terra
Na primavera do teu ventre e do meu peito

(do livro"POESIA DO MESMO SANGUE",Recife,2007,
PANAMÉRICA NORDESTAL EDITORA,
José Terra e Juareiz Correya)

Um comentário:

Unknown disse...

Está aqui aquele que é sem dúvida o seu grande poema, juntamente com "Mulher-água" e "Mulher-terra" e as "Leituras de Pamalla". É impossível destacar qualquer das partes, sou logo obrigado a enfatizar cada verso. Só para citar."É porque só há dois topázios no verão de Deus", minha nossa!!!
César Jeansen