quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

e-mails de Jaílson Marroquim, Antônio de campos,Maria de Lourdes Hortas,Luciano Nunes

Jailson :
Valeu, Terrinha
Parabéns pelo blog.
Vai em frente, anda sobre o rio, detona a ponte,não olha para trás.

Jailson Marroquim é poeta

Antônio de Campos :
Eu sou grande, você é maior.
Eu sou campos.Você é Terra, onde sonham todos os campos.
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Esse papo,assim por e-mail,não é grande coisa.
Melhor ao vivo.Mas quando não se tem vivo, se vai de morto!
Então, sigamos de defunto!

Por fim lhe digo, os poemas estão/são bons.
Você está numa boa forma.Parabéns.

Antônio de Campos é poeta



Maria de Lourdes Hortas :
Meu caro poetinha, sua poesia está crescendo.
Certamente você será um dos bons poetas pernambucanos de amanhã,
confirmando o que agora se inicia.
Gostei de todos os poemas do blog,
mas detenho-me em especial no que você dedica ao seu filho.
É belo e comovente.
Um beijo da sua leitora
Maria de Lourdes Hortas

Maria de Lourdes Hortas é poetisa


Luciano Nunes :
Poeta José Terra,
sou fã da sua poesia e da sua pessoa.
Bela métrica matemática em rimas tortas.
O verso é livre?
Parabéns pelo blog, pela poesia,por vc.

Luciano Nunes é poeta e músico

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

PEDACINHO DE MIM

Amor, falaste para tuas amigas de macieira
Que o meu amor é calcário e complexo
Feito a filosofia.
Só que a filosofia não me dá sossego
(anda agora de mãos dadas com a matemática)
E o meu amor, se o matam hoje,
Torna a brotar quentinho
Na manhã dos desvalidos
Para fazer deles e da flor-de-macieira
um samba-canção


José Terra


(do livro "21 Poemas",Recife, 2005,
JOEL MARCOS E JOSÉ TERRA)

NOBREZA

Amada, ainda não basta a mim e ao mundo
Revelar teu corpo e com ele fazer mapas
e Criar tua alma e com ela fazer mágicas

Depois da perfeição do teu espíto e da tua matéria
É mais do que necessário deixar o Rei nu
E transcender
Com mãos de lavrador e coração de Poeta
as pedras e os pergaminhos do NOVO SÉCULO
para o Jovem Poeta cantar outro corpo e outra alma


José Terra

(do livro " 21 Poemas ", 2005,
JOEL MARCOS E JOSÉ TERRA)

O MAIOR AMOR DO MUNDO

para Pedro Poema, meu filho


Quando Deus viu Pedrinho pela primeira vez
Quiz compor os astros
os mistérios
as exuberantes danças
om o Amor Maior do MENINO-POETA

Amante do amor de Pedrinho
Deus entrou no leilão do jardim e comprou tudo
-Quero os desenhos do sol
Com o coração de Pedrinho.
O carnaval das flores
Quero com o corpo de Pedrinho.
Quero o romantismo das jardineiras
Com a alma de Pedrinho.
O sonho dos jardineiros
Quero com a poesia de Pedrinho.

Pacífico e azul
Pedrinho fez um pedido a Deus
-Meu painho maior,
Quero apenas a bolinha de cristal do mundo para amar!!!

No cantinho da sua lírica
Deus disse a Pedrinho
-És o que não dei ao vento e ao verão
O POEMA DE ARREPIAR

José Terra


(POESIA DO MESMO SANGUE,Recife,2007,
PANAMÉRICA NORDESTAL EDITORA)

MINHA NAMORADA

Meu Deus
Será minha namorada emprestando sua luz à solidão?

É minha namorada nas raízes do Brasil
Com a cruz de Pernambuco ?

Será minha namorada
Ensinando vinho e verso no dia da Paz ?

É minha namorada com a rosa dos amantes
E o perfume das alquimias ?

Será minha namorada
Pregando a poesia, o poema e o amor
Com o jasmim do céu-da-boca ?

É minha namorada lotando de seda os peões ?

Amo a minha namorada de truz
Ela pula comigo a catraca do ônibus
Come lanche de moedas
Vai ao cinema dos sem-terra e sem-teto
E se faz rainha na chincha


José Terra


(do livro POESIA DO MESMO SANGUE,
Panamérica Nordestal Editora, Recife, 2007)

AMANHECENDO E ESCREVENDO

Escrevo ao amanhecer
porque as manhãs precisam esquecer
os assombros e as sequelas das noites
Escrevo ao amanhecer
porque há tenacidade nos nossos olhos
Escrevo ao amanhecer
porque o povo precisa urgentemente de um poema
Escrevo ao amanhecer
porque os poetas e os poéticos
precisam beber vinho e comer pão
Escrevo ao amanhecer
porque gosto de cicatrizar os dogmáticos
Escrevo ao amanhecer
porque a impureza dos seres adoece a natureza
Escrevo ao amanhecer
porque vejo claridades vetustas querendo se evaporar
Escrevo ao amanhecer
porque leio jornais com notícias leprosas
Escrevo ao amanhecer
porque não alimento os pseudo-artistas
Escrevo ao amanhecer
porque recordo os algozes do meu país
Escrevo ao amanhecer
porque acredito que os homens samaritanos
têm bons destinos quando viajam
Escrevo ao amanhecer
porque os versos mais prefeitos
são azulados para as mulheres
Escrevo ao amanhecer
porque sou uma manhã
ainda que indescoberta


José Terra

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Primeiro poema publicado em livro :
POETAS DOS PALMARES,
organizado por Juareiz Correya /
Edição da Fundação Casa da Cultura
Hermilo Borba Filho / Prefeitura dos Palmares
(Ano 2002)