quarta-feira, 11 de março de 2009

DIA DO TRABALHADOR, de José Terra

É dia de persiana
Apesar do Presidente do Brasil
Viver feito pimenta,alho verde, cebola arisca

Amanhecemos com bocas celestes
Dando cambalhotas no doce algodão da terra
O vento do cajueiro
Traz nossos rostos desenhados na aurora
Porque mostramos verdadeiros olhos de garra
E o progresso das palavras cochichadas

Amamos as energias solar e eólica
Coando luz
falando árvores
Purificando riachos
Maravilhando árvores
Mapeando serras
Cantando becos,ruas,avenidas
Ciciando cidades
E passando pelo Atlântico com vidas coloridas

Mas no lado B
O trabalhador se delicia na campina deserta
Com chapéu-de-palha e uma nota falsa

Parece que o trabalhador é feito de giz
E não de sol,êxtase,poesia!!!

Onde está o coração do amor?

As melodias se confundem
E disputam o amor entre urbanos e camponeses

O Presidente do Brasil promete ao trabalhador
-Vou te refazer numa parábola escura!!!


(do livro"21 poemas,Recife,2005,
Joel Marcos e José Terra)

2 comentários:

Anônimo disse...

Precisaria mergulhar em tais palavras para poder melhor compreende-las.

Bjs

Unknown disse...

O q é a massa deler teus poemas é q na maoir das vezes em cada momento de cada poema a gente sempre tira várias imagens muito arretadas. Não é aquele poema de apenas um verso."É dia de persiana", "Amanhecemos com bocas celestes", "E passando pelo Atlântico com vidas coloridas", "Com chapéu-de-palha e uma nota falsa", "Parece que o trabalhador é feito de giz/ E não de sol,êxtase,poesia!!!". É isso aí.

César Jeansen