Amor, falaste para tuas amigas de macieira
Que o meu amor é calcário e complexo
Feito a filosofia.
Só que a filosofia não me dá sossego
(anda agora de mãos dadas com a matemática)
E o meu amor, se o matam hoje,
Torna a brotar quentinho
Na manhã dos desvalidos
Para fazer deles e da flor-de-macieira
um samba-canção
José Terra
(do livro "21 Poemas",Recife, 2005,
JOEL MARCOS E JOSÉ TERRA)
segunda-feira, 5 de janeiro de 2009
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9 comentários:
está de parabens, abraço
Poesia pura e real
Muito inpiradora
Valeu!!Terra!!!
Beleza, Zé!
Gostei muito de Pedacinho de Mim, José. Como diria Gullar, "A linguagem da poesia confunde-se então com a prosa, do mesmo modo que o poeta confunde-se com o homem da rua e já não pode nem deseja reivindicar para si a condição de eleito dos deuses."
Estou te linkando. O meu é www.flor-de-gelo.blogspot.com
E meu amor,se o matam hoje,torna a brotar quentinho.
Crítica:acho que a expressão quentinho diminui o poema.Me parece que torna a brotar quente é mais incisivo,humano.Também creio que no verso "para fazer deles e da flor-de-macieira um samba-canção"...o termo samba-canção também enfraquece o poema.Deve ser, para mim, para fazer deles alguma coisa que os eleve:uma canção de amor, digamos.
Zelândia,
Gostei da gozação.
Você,como não poderia deixar de ser, anda muito chão.
A expressão/verso
"canção de amor"foi sugerida como um exemplo não a ser seguido,tratava-se de mero enchimento,assim como uma restauração quando se obtura um dente.Certo que trocar
"samba-canção"(gostei também deste lapso,samba-canção,samba pernambucano)por "canção de amor" é o mesmo que substituir o mal-lavado e em seu lugar colocar o sujo.
Senta a pua,Zé!
Seu Zé, oi ieu!
Creio ter dado minha opinião sobre o poema em outra ocasião, mas vamos lá. Também sei da estatura q vc já adquiriu e é bem maior q os bons poemas q vc postou no blog nesse início.
"amigas de macieira" é uma imagem tão delicada, gostosa de se sentir.Contrapondo-se com a filosofia que não dá sossego: lá, o sentir cá, a razão. Mas no final a inevitabilidade da necessidade de andarem juntos, "um samba-cançao".
Em "E o meu amor, se o matam hoje,/ Torna a brotar quentinho/ Na manhã dos desvalidos". Bonito isto, o "brotar quentinho" não diminui em nada os versos, muito ao contrário. É uma imagem de carinho, de receptividade.
cesar jeansen
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