segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

MINHA NAMORADA

Meu Deus
Será minha namorada emprestando sua luz à solidão?

É minha namorada nas raízes do Brasil
Com a cruz de Pernambuco ?

Será minha namorada
Ensinando vinho e verso no dia da Paz ?

É minha namorada com a rosa dos amantes
E o perfume das alquimias ?

Será minha namorada
Pregando a poesia, o poema e o amor
Com o jasmim do céu-da-boca ?

É minha namorada lotando de seda os peões ?

Amo a minha namorada de truz
Ela pula comigo a catraca do ônibus
Come lanche de moedas
Vai ao cinema dos sem-terra e sem-teto
E se faz rainha na chincha


José Terra


(do livro POESIA DO MESMO SANGUE,
Panamérica Nordestal Editora, Recife, 2007)

Um comentário:

Unknown disse...

Bem, em relação aos três primeiros, este é um poema menor. Logo de início, "É minha namorada nas raízes do Brasil/ Com a cruz de Pernambuco?", está muito principiante, deixa pra mim que tô começando, parece música de Marrom Brasileiro, rsrsrsrs... Agora, "ensinando vinho e verso no dia da Paz?" bonito, muito bonito. Já a imagem "com o jasmim do céu-da-boca" é meio coisa de veio, é como dizer "no balanço de suas ancas", não q seja uma passagem feia, não é; mas é de veio. Vc é o poeta do futuro! O final eu não gostei, mas tá perdoado por ser poemas de antes das Leituras de Pamalla.
César Jeansen